Como incluir a prática na sua rotina

Nome: Aparecida Ikegiri (Cidinha)
Profissão: Ginecologista e obstetra
32 anos, vai se casar em 2019

Desafio: “Logo que acordo só tenho tempo para tomar um café da manhã e sair para trabalhar. Trabalho quase todos os dias em lugares diferentes. Uma vez por semana eu tiro uma folga para me cuidar. Acordo às 5h30 e consigo fazer uma hora de treino pela manhã. Normalmente meus treinos são na esteira, depois de 12 horas de plantão. É bem comum pra mim fechar a academia com os funcionários”. Foi em meio ao caos do trabalho que Cidinha começou a refletir sobre todo o desgaste e a vida estressante que levava.

A paixão pela corrida gerou uma grande transformação. “O esporte e os hábitos saudáveis mudaram minha vida e me despertaram para o início de uma nova fase profissional. Hoje sou pós-graduanda em medicina esportiva e minha missão com o meu trabalho é poder transmitir para as minhas pacientes quanto uma vida equilibrada pode prevenir doenças, trazer saúde, bem-estar e longevidade”, conta.

Corrida para Ocupados - Dra. Cidinha Ikegiri - Revista O2

Foto: Ricardo Soares

A veia médica está presente desde criança, quando a mãe lhe deu um estetoscópio com apenas 3 anos. Mas a medicina na faculdade, na residência, foi uma época bem pesada. “Quase desisti. Na residência também foi uma experiência ruim. Essa coisa de hierarquia dentro da medicina é muito complicada. Não dormia nos meus plantões. Minha vida virou um inferno”, relata. A rotina de 100 horas semanais de trabalho a deixou no piloto automático.

“Acho que o ser humano tem um limite. Logo você está se descuidando, tratando mal os outros. É uma roda sem fim. Comecei a ficar estressada, agressiva. Tinha raiva da minha vida.” Foi no terceiro ano de residência que ela começou a praticar um esporte. Na vida pessoal, estava para terminar um noivado. O pai, alicerce da família, estava com câncer. Tudo aconteceu ao mesmo tempo.

“Pensei que precisava me mover para desestressar. Foi uma saída, também entrei na terapia. Isso foi há quatro, cinco anos.” A prática foi se tornando um hábito e tudo foi se desenrolando: terminou o noivado, ajudou o pai com o tratamento e retomou as rédeas da vida, com mais autoestima, produtividade e energia.

Hoje, apesar de trabalhar em três hospitais, consegue se virar para dar conta de tudo. “É tão corrido que ontem, por exemplo, atendi uns 70 pacientes. Nem sei dizer quantos partos eu fiz. Não dou mais plantão todos os dias, graças ao esporte, que foi crucial para me ensinar o que era importante. Na minha área, as pessoas acham que são mais fortes e não precisam dessa simplicidade. Acordar na sua cama e não no sofá do hospital. Comer bem, praticar um esporte, ter um tempo pra você. Trabalhar por 30, 40, 50 horas seguidas não é saudável. A classe médica hoje anda doente. Só consegui mudar quando comecei a praticar exercício físico mesmo”, aconselha.

Na corrida, ela se destacou. Virou influenciadora digital, conheceu o noivo, que também é corredor, e vai se casar em 2019. Além disso, abriu um consultório particular para atender mulheres. “Achava que não iria ter o meu espaço tão cedo. O despertar para essa vida equilibrada veio com a corrida e as redes sociais. Os dois me abriram esse caminho de inspiração para outras pessoas.”

O2 Corre - Entrevista Dra. Cidinha Ikegiri

Fonte: https://www.ativo.com/corrida-de-rua/papo-de-corrida/corrida-para-ocupados-sua-rotina

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