Porque beleza e performance jamais devem ser mais importante do que sua saúde

Seja por motivos estéticos ou para melhorar a performance esportiva, jamais pense em injetar testosterona sem antes saber de todos os riscos que você corre. O esteroide vem sendo indicado e até prescrito como uma solução mágica para ganhar mais músculos, secar a gordura, melhorar a disposição e até a libido. Só que seu indiscriminado pode causa inúmeros danos à saúde.

Quem alerta é a ginecologista Cidinha Ikegiri: “É algo que deve ser esclarecido e combatido, já que muitas pessoas desconhecem ou até não acreditam nas consequências do uso desse tipo de droga”. Segundo Cidinha, como qualquer outro hormônio que nosso corpo produz, a testosterona deve ser indicada apenas em casos em que sua produção é ineficaz. Para aderir o seu uso, é necessário o acompanhamento rigoroso de suas taxas sanguíneas. “Seu uso sem indicação pode trazer consequências muitas vezes graves e irreversíveis”.

Os perigos que você corre

Conhecida como o hormônio sexual masculino, a testosterona tem um papel fundamental no desenvolvimento de massa muscular, por isso é tão buscado como atalho para o corpo “perfeito”. Apesar do título de “masculino”, o esteroide também é produzido por nós, mulheres.

O problema quando começamos a injetar testosterona sintética sem necessidade é que sobrecarregamos o nosso fígado e rins e acabamos aumentando os riscos de doenças graves em nosso organismo, como o câncer. “A hepatite medicamentosa pode ser uma consequência a curto prazo, em alguns casos chegando a ser fulminante. Essa sobrecarga ao fígado, a longo prazo, leva à mutação de algumas células podendo predispor a tumores deste órgão”, comenta o ortopedista Sérgio Maurício, especialista em medicina do esporte.

Isso vale a todos, mas principalmente para aquelas pessoas que já têm alguma predisposição. As áreas que mais podem desenvolver tumores são fígado, testículo, mama e endométrio. Sérgio ainda explica que o excesso do esteroide também pode gerar aumento da pressão arterial e causar doenças cardíacas, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).

“Muitos desses riscos estão também presentes da ‘terapia de reposição hormonal’ que está tanto moda agora. Nela, inúmeras pessoas buscam meramente um ganho estético, e não a melhora da qualidade de vida, que é o objetivo principal do tratamento”, comenta.

Os efeitos irreversíveis

Segundo Cidinha, o sexo feminino é muito mais vulnerável aos efeitos dessas drogas, mesmo usando doses muito menores. “Pelos ovários e as supra-renais, produzimos testosterona em doses muito mais baixas que os homens. Com o uso da testosterona injetável sem apresentar uma deficiência na sua produção podem sofrer os efeitos negativos masculinizantes desse hormônio”, explica.

Entre eles estão, o crescimento de pelos, acne no rosto e nas costas (devido ao aumento da produção de sebo), diminuição das mamas e perda de cabelo. Além disso, há consequências definitivas para seu corpo, como o aumento do clitóris e o engrossamento da voz. “Comprometem para sempre a vida de mulheres que abusam desse tipo de droga porque são alterações irreversíveis mesmo após a suspensão do uso de anabolizantes.

As adeptas do anabolizante podem ter dificuldade de engravidar. “O uso deste hormônio está relacionado a alterações do ciclo menstrual ou ausência de menstruação”, conta a gineco.

Performance prejudicada? Sim!

Testosterona Performance Feminina

Quem ainda busca melhorar seu desempenho esportivo com a ajuda do hormônio pode ver o tiro sair pela culatra. Isso porque o esteroide aumenta o risco de rupturas de tendões e tendinites. “Acontece devido ao enfraquecimento de sua estrutura e à desorganização das fibras de colágeno”, explica Sérgio. Você também pode ganhar peso meses após o término do uso do medicamento.

Por fim, existe ainda uma associação entre o uso de anabolizantes e o aumento da agressividade, irritabilidade, depressão, mania e psicoses.

19/11/2018 – 07h07 por GEIZA MARTINS
Fonte: https://revistaglamour.globo.com/Beleza/Saude/noticia/2018/11/testosterona-os-reais-problemas-em-injetar-o-hormonio-em-seu-corpo.html
Pilulas e seringa; Imagem produzida para Beleza; Rem (Foto: Marcel Valvassori/Arquivo)

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