Atividade Física e Câncer – Melhora da Qualidade de Vida

Os avanços significativos na detecção precoce e na terapia do câncer de mama melhoraram a sobrevida em 5 anos, de 75% em 1977 para 90% atualmente, no entanto a cardiotoxicidade assintomática, após o tratamento, é um efeito colateral frequente decorrente dos agentes quimioterápicos (antraciclinas, taxanos, 5-fluoruracila, ciclofosfamida e trastuzumabe), que leva a um risco aumentado de doença cardiovascular e o exercício físico atua para melhoria e manutenção da função cardíaca.

Nove anos após o tratamento do câncer de mama, os sobreviventes são mais propensos à mortalidade por doença cardiovascular do que a recorrência da doença.

Por tal motivo, estratégias clínicas foram desenvolvidas para diminuir os efeitos deletérios cardiovasculares induzidos pelos quimioterápicos e uma estratégia que surgiu como opção é a prática do exercício físico que é capaz de prevenir doença coronariana, miocardiomiopatia dilatada, hipertrofia do ventrículo esquerdo e insuficiência cardíaca.

A partir das evidências dos estudos que correlacionam o beneficio do exercício físico na prevenção primária, tratamento e morbi-mortalidade de pacientes oncológicos, conclui-se que a prescrição de exercício físico deve ser uma terapia adjuvante importante e estimulada por médicos e profissionais da saúde

Deve-se desmistificar a ideia que o paciente com câncer necessita de repouso com afastamento da pratica de exercícios físicos visto que, esta comprovada que a atividade física contribui para melhoria da resposta ao tratamento, menor recidiva, maior sobrevida livre de doença e melhor qualidade de vida.

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